Portugal, Espanha e Grécia são os países onde se prevê registar um crescimento económico acima da zona euro, segundo dados do FMI.
As indicações do Fundo Monetário Internacional mostram que os países do sul da Europa, nomeadamente Portugal, Espanha e Grécia vão registar um crescimento económico a rondar os 2 pontos percentuais.
Caso as previsões do FMI estejam certas este crescimento será cerca do dobro das principais economias da UE (Europa Central e Sul), o que também indica uma possível diminuição dos contrastes entre os PIB per capita durante os próximos anos entre as economias destes países dos “PIGS” face às principais potências económicas da UE (como França, Alemanha, Holanda e outros países).
Alguns dos principais fatores que explicam que as economias de Portugal, Espanha e Grécia tenham um crescimento económico acima da zona euro são o bom desempenhos das suas respetivas economias e o forte dinamismo do setor do turismo, que foi um catalisador para o processo de recuperação.
Estes dados contrastam com o período entre 2011 e 2013, onde Portugal, Grécia e Espanha estavam em franca recessão económica, com uma competitividade muito baixa, uma dívida privada elevada e com acentuado deficit da balança.
Mathieu Savary, representante da BCA Research, indica que o bloco de países mediterrânicos conseguiu resistir à crise pandémica e à crise energética, pelo que agora se está a comportar surpreendentemente bem, embora possua taxas de juros mais altas que os outros países.
Mathieu também esclarece que o crescimento económico acima da zona euro por parte dos países do sul da Europa se deve em parte ao fraco desempenho da Alemanha. Segundo o próprio o ciclo industrial mundial tem sido bastante fraco pois o crescimento chinês está lento, os stocks globais estavam muito altos e o consumidor dos EUA diminuiu o seu volume de compras.
Estes fatores afetaram a capacidade de crescimento da Alemanha, país cuja indústria transformadora representa uma grande parte do Valor Acrescentado Bruto (VAB) do país. Outro fator que influenciou negativamente o desempenho alemão foi a dependência do país da energia proveniente da Rússia (eletricidade, gás).