A preparação do Euro Digital por parte do Banco Central Europeu (ou BCE) preocupa o Centro de Estudos Políticos Europeus (CEPS), que afirma que “o euro digital cria mais problemas do que resolve”. O euro digital vai entrar em fase de preparação após um período de 2 anos de investigação.
Karel Lanoo, diretor do CEPS, pronunciou-se acerca da nova fase do projeto do euro digital, a fase de preparação. Numa visita a Madrid, Karel Lanoo indicou ao “El Mundo” que o BCE pretende criar o euro digital para precaver uma possível redução de numerário, caso contrário, a alternativa digital ao euro não terá tanto impacto no sistema financeiro.
Karel indica que “o Banco Central Europeu pretende ter o monopólio do sistema financeiro para o euro digital, uma vez que será o emissor oficial desta moeda”. No entanto, tal situação levanta dúvidas aos consumidores, como o tipo de moeda utilizar (euro físico ou euro digital).
O diretor do Centro de Estudos Políticos Europeus reforça que a função de emissão de moeda digital não é uma função do banco central, que só deve exercer função de supervisão sobre a moeda digital em questão.
O último relatório do Centro de Estudos Políticos Europeus sobre o euro digital informa que o numerário ainda é a forma de pagamento mais utilizada (em 2022 representava 73% das operações face a outras formas). No entanto, o seu uso tem decrescido desde 2019 (representava 86% das operações face a outras formas de pagamento).
A fase de preparação do euro digital vai estabelecer as bases para a sua emissão e aplicação no sistema financeiro. É necessário finalizar o código de regras do sistema desta criptomoeda e selecionar fornecedores para desenvolver a plataforma e infraestrutura de suporte.
A fase de preparação vai incluir testagem e experimentação deste ativo digital, de forma a que possa satisfazer os requisitos do Eurosistema e as necessidades dos consumidores (em experiência do utilizador, privacidade, inclusão financeira e pegada ambiental).