O Primeiro-Ministro António Costa esteve presente na apresentação da segunda fase das Agendas Mobilizadoras PRR. António Costa indica que está prevista a criação de 2207 novos serviços, produtos ou patentes até 2026.
Para além dos novos serviços, produtos ou patentes, estão previstos também 17.894 novos empregos, dos quais 11.354 empregos são altamente qualificados. O volume de negócios adicional estimado é de 3,6 mil milhões de euros.
Dos 3 mil milhões de euros, cerca de 2 mil milhões são incentivos à I&D (investigação e desenvolvimento). Desse montante, 1,1 mil milhões estão destinados a entidades do sistema científico e tecnológico.
António Costa realça que os projetos estão a ser concretizados e o capital reprodutivo gerado pelo sistema científico e tecnológico está a ser reforçado, de forma a reforçar o conjunto deste sistema para que novos projetos possam surgir no futuro.
OS 51 consórcio agregam 1226 entidades, das quais 933 são empresas (60% são PME) e 111 entidades do sistema de investigação e inovação e associações / direções de clusters da administração pública.
Estes consórcios estão por todo o país, com uma concentração mais acentuada nas regiões norte e centro, em que se assinalam os polos industriais de Matosinhos, Setúbal e Sines.
Resposta às alterações climáticas
Quanto à resposta às alterações climáticas, é considerada o maior desafio da humanidade, pelo que existem 3 grupos de respostas.
O primeiro grupo de respostas visa a temática da energia, com a fileira do hidrogénio verde a das baterias de lítio.
O segundo grupo de respostas está ligado à mudança modal a realizar na mobilidade, com propostas diversas de robustecimento da fileira da ferrovia à fileira das duas rodas. Estão envolvidos projetos de novas viaturas elétricas ou movidas a energias renováveis.
Por último, o terceiro grupo de respostas é o da economia circular e aproveitamento das biotecnologias, que enolve desde a reutilização de plásticos e resíduos industriais à de bio resíduos vários.
Digital e desafios da sociedade
Quanto à temática do digital, o primeiro grupo de respostas é o digital “em si próprio”, com a adoção e implementação da Inteligência Artificial para modernização da Administração Pública e do tecido empresarial.
Os videojogos e a aplicação de tecnologias digitais como condução autónima, robótica, novas técnicas de produção e produção de componentes de semicondutores e microchips para a transição digital e energética também foram visados.
Quanto aos desafios da sociedade, o primeiro grupo consiste na valorização de recursos endógenos, da floresta ao mar, da pedra à agroindústria, com projetos concretos que se cruzam com o objetivo climático ou de maior economia circular (bio fibras para têxtil, algas para alimentação, fertilização e cosmética).
O segundo grupo (saúde) tem propostas para responder à resistência e antibióticos, injetáveis complexos com criação de uma base industrial integrada e biofármacos inovadores.
O terceiro grupo reporta-se à habitação acessível, energeticamente eficiente e de construção mais rápida.
Mudança
António Costa lembrou que anteriormente a traslação de conhecimento entre centros de conhecimento e empresas via contratação de licenciados, mestres e doutores para as empresas ia acontecendo pontualmente.
Posteriormente criaram-se centros tecnológicos nos setores mais tradicionais da indústria nacional, pois foram os primeiros a sentir o impacto da crise transformadora.
As agendas mobilizadoras possuem uma obrigação de cada consórcio ser composto por entidades do sistema científico e tecnológico e empresas. Quando as Agendas Mobilizadoras foram lançadas no verão de 2021, formaram-se 164 consórcios, com mais de 3251 entidades.
Na primeira avaliação passaram 64 consórcios, pelo que se registaram fusões posteriores.
Base contratual
O PRR assenta numa base contratual. Foi contratado com a Comissão Europeia que a obtenção de financiamento está condicionada pelo cumprimento de metas e marcos específicos, pelo que o mesmo contrato se aplica com os consórcios.
Existem outras oportunidades no PRR para as entidades que não passaram à fase seguinte das Agendas Mobilizadoras, nomeadamente na área da transformação digital e Indústria 4.0, eficiência energética, novas formas de produção de energia.
António Costa indica ainda que no dia 15 de julho o Portugal 2030 será assinado, programa que tem outras oportunidades de investimento.
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