O PRR – Plano de Recuperação e Resiliência tem uma dotação de 16 mil milhões de euros destinada a Portugal. O inquérito da CIP revela que dessa dotação, somente 9 milhões de euros foram entregues às empresas privadas, pelo que as empresas públicas já receberam cerca de 700 milhões de euros.
A Confederação Empresarial de Portugal reclamou perante este facto e lamenta a demora na aprovação dos projetos com financiamento de fundos europeus.
Das verbas que Portugal irá receber, cerca de um terço destina-se a empresas privadas (aproximadamente 5 mil milhões de euros). No entanto até à data foram aprovados 262 milhões de euros em projetos e foram pagos 9 milhões de euros.
Esta informação foi apresentada pela própria CIP que revelou um inquérito realizado às empresas em Portugal.
No entanto, dos 10 mil milhões de euros a atribuir a empresas públicas, já se aprovou 50% e foram pagos acima de 700 milhões de euros. Armindo Monteiro indica que o grosso desse fundo foi alocado às iniciativas do Estado.
O vice-presidente da CIP reforça que o PRR pretende ajudar na recuperação e resiliência da economia e não compreende como este não está a ser executado. Refere também que os dados refletem que o estoicismo e resiliência dos empresários nacionais permitem conservar a economia e empresas sem o apoio do PRR.
O inquérito da CIP, no âmbito do projeto “Sinais Vitais” menciona que 67% dos inquiridos (empresários e gestores de topo) consideram que o PRR não é relevante para a atividade da empresa. 6% considera que pode ter impacto significativo.
O mesmo inquérito conclui que 84% das empresas considera os programas de apoio do Governo aquém do necessário, 77% considera que o acesso é demasiado burocrático e 16% entende que os apoios estão à altura das dificuldades.
9 em cada 10 empresas estão alarmadas sobre o aumento dos custos, 40% mencionam a falta de mão-de-obra como o principal problema sentido. 6% reporta o cancelamento e redução de encomendas, enquanto 4% menciona a impossibilidade de acesso a matérias-primas.
Quanto a expectativas das empresas, as expectativas de vendas são positivas face a 2019 (38% das empresas espera um aumento vs 24% que espera um decréscimo). Nos RH nota.se uma expectativa generalizada de manter os postos de trabalho (70%), seguida pelo aumento de postos de trabalho (21%).
Relativamente a investimento, as expectativas para 2022 melhoraram face às registadas no início do ano. 31% das empresas pretende investir mais do que investiram em 2019.
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