A McKinsey Global Institute conclui que a União Europeia deve duplicar o seu investimento em investigação e desenvolvimento (I&D) para melhorar a sua competitividade face a EUA e à China. Esta conclusão consta no relatório “Investment: Taking the pulse of European competitiveness”.
O relatório de 13 páginas sobre a competitividade europeia começa por indicar que o nível de investimento na região é baixo, sendo que o investimento é a forma mais simples de alavancar a competitividade do continente europeu.
O investimento dos EUA em propriedade intelectual (IP) e equivalente corresponde ao dobro do registado na Europa. As grandes empresas nos EUA alocaram aproximadamente 700 mil milhões de euros a despesas de capital e I&D que as empresas europeias. Os capitais de risco da Europa sob gestão equivalem a cerca de ¼ do total dos Estados Unidos da América.
A europa deve reavaliar a remoção de barreiras ao investimento já conhecidas, de forma a aumentar o ritmo de investimento. Estas barreiras podem incluir:
- Custos de energia
- Escassez de talentos
- Regulamentação dos negócios e do mercado de trabalho
- Incertezas geoeconómicas e macroeconómicas
O relatório da McKinsey Global Institute considera também que o investimento é a melhor forma de avaliar ações para reduzir barreiras e aumentar a competitividade da economia. É mais simples que rankings de competitividade e demonstra compromisso.
O relatório “Investment: Taking the pulse of European Competitiveness” reforça que para cada ação praticada deve interrogar-se “isso aumenta ou diminui o investimento?” e refere os exemplos:
- “Reduzir a diferença atual de 4 pontos percentuais com os Estados Unidos nos retornos sobre capital investido prejudica ou liberta mais investimentos?”
- “Uma mudança nos padrões de contabilidade pode ajudar a aumentar o investimento publico líquido acima do atual 1% do total das despesas públicas?”
- “Uma política industrial retém indústrias intensivas e de capital e ajuda a expandir tecnologias que requerem muito capital?”
O mesmo recorda que “de 1997 a 2022, o investimento em capital, como infraestrutura e maquinaria, é responsável por 70% a 80% do crescimento da produtividade em todas as regiões”, pelo que a parte remanescente deve-se ao investimento em I&D e capital humano.
É também constatado que metade do abrandamento do crescimento na Europa e Nos Estados Unidos desde meados de 2000 pode ser atribuído a um declínio constante no crescimento do capital por trabalhador. O investimento é mais prospetivo do que outros indicadores económicos (produtividade e PIB) e representa um compromisso com uma região.
O estudo considera em seguida que, após a crise financeira mundial, o investimento líquido nos Estados Unidos e Europa caiu de forma significativa. No entanto, a queda foi mais acentuada no continente europeu devido à crise da Zona Euro (ambiente de austeridade e de procura fraca).
As taxas de investimento líquido na Europa durante a última década obtiveram em média 2,8%, o que equivale a 550 mil milhões de euros por ano.