O Programa Centro 2020 encerrou e atingiu execução plena segundo indicações de Isabel Damasceno na cerimónia de encerramento do Programa. Embora tenha encerrado sem ter de devolver verbas comunitárias, o Centro 2020 não alcançou a meta de reforço da investigação e desenvolvimento em percentagem do PIB.
A presidente da CCDR Centro indicou que a meta de reforço da I&D em percentagem do PIB definida no Portugal 2020 seria entre 2,7% e 3,3%, no entanto o resultado ficou sempre abaixo da previsão.
Em 2020 o investimento em I&D em percentagem do PIB era de 1,43% e embora tenha evoluído positivamente em 2021 (1,53% do PIB) e 2022 (1,58%). Isabel Damasceno reconheceu que ficou “muito aquém da meta prevista” e que existe “uma preocupação evidente em relação à I&D”.
O desempenho do investimento em investigação e desenvolvimento em percentagem do PIB foi negativamente impactado por acontecimentos como os incêndios que devastaram a região centro de Portugal em 2017, o cenário pandémico de COVID-19, a invasão da Ucrânia por parte da Rússia e o ciclo de inflação sentido atualmente.
A presidente da CCDR indicou que “foram muitas as vicissitudes e dificuldades” e relacionou o impacto negativo da pandemia no tecido empresarial com o fraco desempenho da meta.
Duarte Rodrigues, vice-presidente da AD&C, indica que existe um problema a nível europeu de definição do que é investigação e desenvolvimento e que os estados-membros da UE não estão a cumprir a meta.
Durante a conferência “Os fundos europeus não são invisíveis” foi realizado um balanço do uso dos fundos do Programa Centro 2020. Foram financiados 3.465 projetos empresariais e 1544 projetos municipais.
Ao comparar o Portugal 2020 com os quadros comunitários anteriores concluiu-se que os fundos europeus têm uma preponderância crescente para o investimento público e que os quadros comunitários são iniciados cada vez mais tarde devido ao extenso trabalho preparatório exigido.